Rodas, rodas, rodas...

O artigo a seguir é uma tradução livre do site sk8skoolonline.com. Ao final do artigo, postarei minhas opiniões pessoais. Boa leitura!



Então para todos vocês “tech-nerds” mundo à fora, aqui vai um pequeno resumo do que está acontecendo desde quando a boa e velha “Matter Amarela” dominou o mundo.
Genesis: MPC Black Track. A primeira roda de patins inline (que eu saiba) com a tal ‘power band’. MPC chamou a sua power band de ‘M-tech’, a Matter depois contra atacou com a sua tecnologia ‘Tr2′ (muito similar) dentro da sua nova roda G13. Essa tecnologia deu a essas rodas grip e rolagem superiores (uma reivindicação que todos fabricantes constantemente afirmam de suas rodas, mas nesse caso é verdadeiro). Este é o Graal Sagrado que os desenvolvedores de rodas constantemente buscam: aumentar a rolagem com aumento de grip, uma coisa difícil se você me perguntar. 
power band (1) nesta imagem de uma MPC Black Track, é um anel de uretano mais macio dentro da roda (algo próximo a 62a de dureza) coberto por um uretnano mais duro (3 – em geral acima de 80a de dureza) o qual entra em contato com o chão. Esse material mais mole passa uma sensação mais macia, absorvendo irregularidades e vibrações, dando ainda mais rebound (ou retorno, que é a capacidade da roda de deformar e devolver a energia absorvida de maneira similar).
As antigas MPC’s tinham um miolo bem flexível. Isto era o que fazia elas serem diferentes das rodas Matter. Não era bom ou ruim, era apenas diferente e isso que fazia as pessoas a comprarem (na minha humilde opinião). Um bom exemplo é nossa pista, que é bastante ondulada e particularmente em alta velocidade você consegue sentir esses bumps e isso faz suas pernas se cansarem muito rápido se você está numa roda com miolo mais duro. Então as MPC's (Black Track ou Road War) são ótimas e com o miolo flexível combinado com o o uretano mais mole faz a nossa pista ser "civilizada" para patinar (eu volto nesse ponto depois).
Então a Matter melhorou a tecnologia da power band deles, Tr2 virou Tr3 e ficou ainda melhor. Mais rápida e com mais rebound. A power band mais larga melhorou o retorno da energia, mas a roda passava uma sensação ainda mais macia, mudando inclusive a classificação de dureza. O padrão que todos usavam era F1, mas com Tr3 ela ficou mais macia. Apesar da F1 tecnicamente continuar  a mesma (pois ‘F’ não é uma classificação de dureza, e sim de “Footprint” - que do inglês pode ser traduzido como pegada ou impressão de algo no chão) a roda PARECIA mais macia e essa "SENSAÇÃO" é a qual os patinadores julgam suas rodas. O que você sente nos patins é tudo! Então, com todas as rodas da Matter "parecendo" e se comportando como mais macia, eles desenvolveram uma edição mais dura, a F00 (mas é muito difícil de encontrá-las ou vê-las em corrida).
A Tr3 fez a G13 a rainha das rodas. Grip, rebound, rolagem superiores. A única razão para não usar uma são: 1. Está molhado; 2. Seu contrato de patrocínio diz que você não pode; 3. São muito caras para você.
A MPC respondeu com a Road War Turbo (imagem ao lado). A power band (M-tech) foi desenvolvida e provou-se ser uma roda muito boa. O miolo também foi melhorado, tornando a roda mais grossa e firme. Mas em minha opinião eles cometeram um erro. A nova série Turbo tem um miolo mais firme e forte, isso deslocou-os mais próximo do miolo - e das próprias rodas da Matter. Eles mudaram a única coisa que os fazia diferente. Contudo, talvez isso tenha feito sentido em termos de unidades vendidas, uma análise de lucro/prejuízo. Eu não sei, mas para mim, foi retirado a melhor razão para comprar uma MPC. Agora, você não pode comprar uma roda com miolo flexível no mercado. “C’est la vie.”
Você deve ter percebido que eu ainda não mencionei a Atom. Bem, a Atom está indo ok, a Atom One era uma roda muito boa, mas não ótima. Ela sempre pareceu um pouco "morta", na minha opinião. Voltaremos para a Atom em seguida. 
Outro nicho que a MPC contornou foi grip. O uretano da MPC sempre foi mais macio e por isso mais aderente (grippy). Se você estivesse numa pista mortalmente escorregadia ou você é um patinador que precisa de grip a qualquer custo, então MPC seria sua escolha. Então a Matter quis um pouco desse mercado da “pista escorregadia” e desenvolveu a "Max G" (que significa "Maximum Grip"). A única diferença entre a G13 e a Max G é que na Max G o power band Tr3  é um pouco mais largo (difícil de ver na imagem, mesmo sendo um close de corte). Não parece muito, mas faz muita diferença na sensação e no grip. Essa roda é comercializada para velocistas e patinadores de pista, por causa do maior grip. Isso preencheu um buraco e a Matter dominou as vendas. 
Mas para nossa sorte, esse não é o fim da história.

Daí veio a BOOM!
A Atom Boom está recebendo ótimos reviews. Ela tem uma power band larga, um miolo firme e vem com um uretano "grippy". O uretano parece, cheira e tem sabor (não pergunte) do uretano da MPC. Parece para mim que a MPC juntou forças com a Atom e produziu uma ótima roda. Eu não tenho uma confirmação oficial disso, mas ouvi rumores. E você sabe o que dizem por aí “Se anda como um pato, fala como um pato, então é um pato“. Eu já testei a Boom e digo que é boa: bom rebound, bom grip e ótima estabilidade, até mesmo em piso molhado. Como todos uretanos da MPC você deve lembrar que é macio. Então usando a Boom XX-Firm (é a edição mais dura) ela parece como uma G13 F1. Contudo, para mim, a F1 ainda parece mais dura que a XX-Firm. Talvez a Atom precise fazer a XXX-Firm? (E por que não chamá-la apenas de  ‘Dura ‘?) De qualquer maneira, isso definitivamente nivelou a batalha, finalmente chegou uma roda para combater as G13 and Max G.
MPC Black Track virou Black Magic. Qual a diferença? Simples: o miolo tem um percentual levemente maior de fibra de vidro (7%), então é mair firme e da mais rebound. (Road War Evolution tem apenas 3.5% de fibra de vidro no miolo, então é um pouco mais flexível). O uretano também é "melhor" dando retorno de mais energia ao patinador. Para mim parece bom. Ainda não testei estas, mas tudo que eu já ouvi de pessoas que já testaram é positivo. 
Tudo isso parece ser coisa de nerd. E é! Mas é por isso que você ama suas rodas dessa maneira. Todas as rodas modernas de corrida possuem as power band de alguma maneira (G13, Evolution, Boom, etc.) É um requisito para corrida. Se sua roda não tem a power band, então não é uma roda de corrida. É uma roda recreacional e por isso que custa menos que uma roda de corrida. 
Mas como fazer para saber se tem ou não? Bem, corte uma roda na metade.  Ok, 99% das pessoas não vão fazer isso e definitivamente não vão fazer isso ANTES de comprar as rodas. Então você precisa saber suas estatísticas.
Eu já ouvi muitos argumentos sobre rodas e sempre tem uma pessoa que diz "Mas o Fulano de Tal ganhou o campeonato mundial nessas rodas" ou “O Ciclano venceu a WIC com essas rodas". Vamos colocar uma coisa em pratos limpos: “quem ganhou o que sobre qual roda” é um argumento fraco. Por quê? Bem, se  Bart Swings colocar rodas de plástico de 60mm das "Americanas" no seu patins, ainda assim ele provavelmente bateria você e eu, patinando só com uma perna, de costas e vendado. Os fatores determinantes em mundiais são; genética, treinamento, técnica, estratégia, estratégia de equipe, etc. E lembre-se, os caras do topo  são pagos para patinar em determinadas rodas. Se você quer minha opinião honesta, pergunte a alguém que não é patrocinado.
A coisa mais importante é você aprender a SENTIR as rodas. E tome uma decisão que se encaixa com o que você precisa (a não ser que você escolha uma roda sem power band. Se você fizer isso é garantido que você terá uma corrida ruim). A roda escolhida pode fazer diferença, mas não vai fazer diferença entre o último para primeiro lugar. Pode ser que faça diferença para você bater algum rival mais próximo (um amigo?) ou não. No passado, a escolha de roda poderia fazer diferença de um a dois minutos no tempo de uma marotana, talvez mais. Ou fazer uma diferença significativa na pista, se você não tivesse grip suficiente. Mas agora o mercado parece está nivelado. 

O legal desse artigo é que o autor esclarece pontos tangenciais sobre rodas (tirando a parte óbvia da composição da roda).  Ficou melhor de entender o que faz as rodas serem um componente - querendo ou não - caro dos patins.Se pensar na tecnologia embarcada, roda tem que ser visto como investimento. Também que roda boa para um patinador não significa necessariamente roda boa para outro.

E no cenário brasileiro? Bem, nossas condições de treinos e competições são muito variadas, mas são poucos os casos vemos o patinador trocando a roda pois vai treinar em determinado lugar e mudar de novo quando vai em outro.

Após a experiência que tive em Duluth, quando escolhi correr com as XX-FIRM na NorthShore Inline Marathon e somente da metade da prova em diante (onde o asfalto ficou ruim - isso mesmo - e a temperatura subiu um pouco) eu realmente comecei a "sentir" que a roda estava finalmente andando, esse negócio de ter uma roda "pau-pra-toda-obra" é furada!

Outra coisa que pega na nossa "maneira brasileira de pensar" é que roda é para usar até miolo aparecer. Isso afeta enormemente nossa técnica e cada passo dado com uma roda muito usada, é um passo perdido.

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Santa Catarina conquista terceiro lugar geral no Campeonato Gotcha 2014

A Gotcha Roller Team realizou no último final de semana (30 e 31 de agosto) em Barueri (SP) o 4º Campeonato Gotcha de Patinação de Velocidade, evento que também sediou o Encontro Sulamericano Master da modalidade. A competição que já virou tradição no calendário nacional, agora firma-se de vez como a disputa mais esperada do ano depois do Campeonato Brasileiro.

Equipe Speed Inline Santa Catarina:
Carlos Perotti, Carlos Vitoreti, Fabiana Szabluk, João Scarpin e Fernando Gorski
Foto: Arquivo FCHP
Neste ano, Santa Catarina esteve representada por cinco atletas da patinação de velocidade, sendo a maior equipe já formada para uma competição fora do Estado. Liderados pelo capitão João Vicente Scarpin (35), tetra-campeão brasileiro, os atletas Fabiana Szabluk (30), Fernando Gorski (33), Carlos Vitoreti (38) e Carlos Perotti (69) colocaram à prova seus treinamentos sobre os patins.

As disputas, tanto nas provas indoor (Pista Coberta), quanto as provas de asfalto, foram muito fortes, exigindo alto nível técnico e físico de todos atletas. Isso demonstra que cada vez mais a patinação de velocidade é um esporte de alta performance e a preparação deve ser constante.
Largada provas de asfalto.
foto: 
Eiji Yoshimura Photography
Na Master 30 Feminino, Fabiana Szabluk (Florianópolis) foi destaque vencendo todas as provas que disputou no indoor, conquistando ainda o 3º lugar geral feminino na Maratona (não houve disputa por categoria na maratona).
Pódio para Fabiana Szabluk na Maratona.
foto: Eiji Yoshimura Photography

Destaque para Carlos Perotti, que venceu todas disputas da Master 60.
foto: Eiji Yoshimura Photography

Outro destaque foi Carlos Perotti (São José) que também venceu todas as provas indoor (Contra-relógio, 5 Voltas e 30 Voltas) na categoria Master 60 Masculino. Na Master 30 Masculino, João Scarpin, Fernando Gorski (ambos de Florianópolis) e Carlos Vitoreti (Criciúma) formaram um time forte e juntos somaram pontos suficientes para conquistar o segundo lugar geral da categoria para Santa Catarina. Na maratona, o destaque foi João Vicente, que acompanhou o forte ritmo dos principais atletas do país e conquistou o 4º lugar geral na maratona (não houve disputa por categoria na maratona).
João Scarpin na cabeça do pelotão durante a maratona.
foto: Eiji Yoshimura Photography

Destaque para Fernando Gorski completando sua primeira maratona inline.
foto: Eiji Yoshimura Photography

Superação e determinação de Carlos Vitoreti que mesmo lesionado destacou-se a maratona inline.
foto: Eiji Yoshimura Photography

Reconhecimento da organização aos atletas revelação: Carlos Vitoreti e Fernando Gorski (SC).
foto: Eiji Yoshimura Photography

Classificação final: Santa Catarina no pódio por equipes com inédito terceiro lugar geral.
foto: Eiji Yoshimura Photography
Na classificação final por equipes, Santa Catarina conquistou o 3º lugar geral, posição inédita e que qualifica a ótima fase da patinação de velocidade em Santa Catarina. Agora a equipe prepara-se para o próximo desafio: Campeonato Brasileiro de Pista, que acontece nos dias 26, 27 e 28 de setembro em São Paulo.

O atleta João Vicente Scarpin é beneficiado pelo programa Rumo a Vitória do Fundesporte/Fesporte/ Governo de Santa Catarina. A atleta Fabiana Szabluk tem o apoio do Bulebar Café Aeroporto Hercílio Luz. O atleta Carlos Vitoreti tem o apoio da loja Emporio Sul, Joalheria e Ótica Vitoreti e Isotônico Reidrat.